Uma das dúvidas que mais vejo nos grupos de crochê – mais especificamente de amigurumi, que é a técnica que mais faço –  é como vender nosso artesanato. O primeiro caminho para a maioria é a internet, página no facebook, divulgação em grupos, perfil no instagram, plataformas de artesanato (hoje, depois da ‘morte’ do Airu eu só conheço o elo7, se alguém conhecer outras, por favor deixa nos comentários), mercado livre e até a OLX.

Mas para mim o que deu um impulso para encarar o artesanato como fonte de renda e coisa séria, foi a participação em feiras, em especial a Feira Multipalco, realizada em um espaço cultural ao lado do Teatro São Pedro – certamente o principal teatro de Porto Alegre. Eu já tinha uma certa experiência da minha época de biscuit – lá no início dos anos 2000 – fazendo feiras de escola e acompanhando amigos que participavam do Brique da Redenção, a feira de artesanato mais tradicional daqui, mas agora estamos vivendo uma onda de feiras de rua, são espaços super bacanas, com público antenado, marcas legais, artesanatos bacanas. Elas são feitas em praças ou espaços descolados da cidade, frequentadas por um público bem específico, que – ao menos em sua maioria – valoriza o artesanato, o exclusivo, o feito à mão. Essas feiras tem cara de evento cultural, com shows, food trucks, cervejas artesanais, atividades para as crianças e são uma ótima oportunidade para botar a marca na rua, distribuir cartões, conhecer outros artesãos, fazer parcerias e network. O retorno é muito mais que só financeiro – apesar de que as vendas também costumam ser satisfatórias.

Mas o que procurar em uma feira de artesanato?

Primeiro, sempre é bom lembrar, isso depende do seu produto e do público que você quer atingir. O nicho do Casal Crochê – e da nossa marca de produtos, A Casa da Coruja – são os amigurumis -principalmente com uma pegada infantil e nerd –  e os artigos em fio de malha. Esses produtos costumam chamar a atenção  de um público mais jovem, alternativo e descolado, portanto eu busco feiras com esse perfil. Se seu produto for mais para o tradicional, talvez sua feira ideal seja em um bairro ou clube tradicional da sua cidade, se seu foco for nas santinhas em amigurumi, uma feira de igreja pode bombar suas vendas… também tem a questão de valor de inscrição, às vezes a situação está difícil e temos que começar com uma feira mais ‘modesta’ e que o valor de inscrição não comprometa o orçamento caso o retorno não venha (e isso pode acontecer). Então é bem pessoal mesmo! Mas algumas coisas que eu aprendi podem ser aplicadas a qualquer feira:

  • Aceite cartões – dica de vendedora e de consumidora. Quase ninguém anda com dinheiro no bolso e não aceitar cartões pode acabar com a sua chance de uma venda por impulso. Nas feiras que vou tenho tido uma média de 80% das vendas com cartões. Hoje existem inúmeras opções com um investimento baixo e a taxa cobrada por transação vale a pena pelo tanto que ela reverte em vendas;
  • Converse com outros expositores – Saiba qual é o público da feira, valor que costumam gastar. Se for primeira edição procure saber o perfil de quem circula pelo local para saber o que levar;
  • Distribua cartões de visita – Como falei ali em cima, o retorno de fazer uma feira não é somente financeiro, distribua cartões, converse com seus colegas de feira, faça contatos!
  • Tire fotos – muitas fotos! E publique em suas redes sociais, você não vai vender todo seu estoque na feira (ou vai? Quem sabe?), mas seus amigos e os seguidores da sua marca saberão que seus produtos estão à venda (acredite, muitos amigos só se deram conta que eu vendia meus crochês quando comecei a ir para feiras!)
  • Prepare-se para um prejuízo – Infelizmente não há como antecipar o quanto uma feira vai render, pode ser que você venda muito, pode ser que não venda o quanto esperava, então não coloque grandes expectativas e não comprometa seu orçamento com uma feira. Se o retorno não vier você não cai em desespero.

Dicas ‘bônus’

  • Faça etiquetas e embalagens personalizadas – Esse é um investimento que nem sempre dá pra fazer no início, mas faz uma grande diferença. O cliente passa a identificar sua marca, passa uma boa impressão. Se puder fazer, faça que vale a pena!
  • Busque feiras com curadoria – Essa é uma preferência pessoal minha, mas gosto de buscar feiras com curadoria. isso porque os organizadores já costumam ter um trabalho de pesquisa do público da feira e se eles gostam e aprovam o meu produto é porque identificaram que o público vai gostar. Isso também ajuda a não ter 50 expositores com produtos iguais, o que acaba entediando o cliente, então deixo com sugestão 😉

 

 

 

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