Você já parou para pensar em quem faz suas roupas? Como elas são feitas, como chegam até você, porque custam o quanto custam?

Volta e meia nos deparamos com denúncias de trabalho análogo á escravidão no mundo da moda em várias partes do mundo. Trabalhadores explorados para que nossas ‘brusinhas’ cheguem bem baratinhas à nossa sacola (e às vezes nem tão baratas assim),  trabalho análogo à escravidão, condições precárias… O movimento Fashion Revolution Day busca refletir sobre isso em todo o mundo. A data escolhida para esta reflexão é o 24 de abril, dia em que, no ano de 2013, ocorreu um desabamento no edifício Rana Plaza, que abrigava uma série de fábricas que vendiam sua produção para grandes cadeias mundiais de lojas.

Mas o que o crochê tem a ver com isso? Tudo!

Blusa de crochê na coleção de 2015 da Miu-Miu

Blusa de crochê na coleção de 2015 da Miu-Miu (Divulgação da marca)

Não é de hoje que o crochê ilustra as passarelas das semanas de moda – vou citar apenas como exemplo o desfile da marca Miu-Miu em 2015 – e as peças feitas à mão (ou pelo menos com aparência de artesanais) vem tomando conta das araras das fast fashions e até as areias das praias pelo Brasil com preços bem convidativos – muitas vezes impossíveis de serem batidos por pequenos artesãos, como nós.

 

 

Blusa em crochê do catálogo da loja Riachuelo - 2018

Blusa em crochê do catálogo da loja Riachuelo – 2018 (Site da loja)

 

 

Como artesãos sempre preocupa a competição desleal, a enxurrada de peças, o preço com o qual não podemos competir e em geral invocamos a qualidade e a exclusividade como principais diferenciais de comprar direto de quem faz, mas como cidadãos acho que temos uma questão ainda mais forte para destacar.

Essa questão é o lema do Fashion Revolution Day: Quem faz suas roupas? Sim, porque elas não chegam ao seu armário sem toda uma cadeia por trás. Quanto foi pago pela marca ao artesão (em geral à artesã) que produziu aquela peça? Esse valor é o suficiente para sustentar uma família?

 

quem faz suas roupas

Casaco feito à mão por Gabriela D’Andrea a partir de padrão de Roberta Almeida (@boho_art_croche) – Casal Crochê 2018

Ao comprar uma peça diretamente do artesão que a produziu você não só tem como acompanhar a qualidade daquele trabalho, conseguir uma peça única que ninguém mais terá outra igual, mas principalmente, você saberá que está comprando uma peça que cobre os custos de vida e produção daquela pessoa. E como artesãos devemos destacar esse caráter revolucionário do nosso fazer e valorizar nosso trabalho.

Compre de quem faz! Mostre quem faz! Faça uma pequena revolução.

 

Para saber mais acesse https://www.fashionrevolution.org/south-america/brazil/

Para compras e encomendas conosco acesse a loja do Casal Crochê ou envie um email para casalcroche@gmail.com

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