Esses dias me perguntaram porque eu fazia crochê? E eu me perguntei a mesma coisa. Tá, eu e a Gabi temos uma empresa que faz crochê, esse poderia ser o motivo, mas acho que é mais uma consequência.
Se você faz crochê, seja por hobby ou por profissão, o que te satisfaz? Digo, porque você escolheu entre tantas coisas fazer crochê? Se havia interesse pelo universo “handmade” (prefiro feito a mão) ainda assim eu pergunto porque crochê?
Se você não consegue responder assim de pronto, vou citar aqui alguns motivos que podem justificar a sua escolha:
- Como a atividade requer concentração e raciocínio, ela ajuda a prevenir o Alzheimer
- Segundo o neurocirurgião Luiz Daniel Cetl o movimento de passar a agulha de um ponto pra outro estimula a coordenação motora e melhora a atividade cerebral
- A movimentação das mãos favorece a lubrificação articular, a acaba prevenindo futuras dores
- Significativo aumento da auto estima, afinal, a satisfação de ver aquela peça feita por nós mesmos, e ainda ser elogiado por ela é execelente para o ego.
Sim o crochê traz uma serie de benefícios ‘médicos’. Além disso, quando nós nos reunimos em grupos para fazer crochê aumentamos nossa rede social, conhecemos pessoas, conversamos sobre diversidades e aprendemos muito, sobre crochê e sobre a vida. Segundo o Craft Yarn Council 7 em cada 10 pessoas que fazem crochê, participam de algum grupo de crochê/tricô e obtêm desses grupos sentimentos benéficos como “orgulho”, “felicidade” e “senso de comunidade”.
Sim fazer crochê em grupo é muito bom. Se você ainda não fez eu recomendo. Procure um grupo solidário de mantas e quadradinhos, se inscreva num curso ou workshop, fique de olho nos encontros presenciais – ou organize um – na sua cidade. Os ganhos são muitos, tanto em conhecimento, quanto em felicidade.
Como eu comecei a fazer crochê
Eu já falei porque eu comecei a fazer crochê? Pessoalmente, nenhum dos motivos que eu elenquei acima são a razão pra eu crochetar. Eu comecei a fazer crochê porque queria fazer bonequinhos como a Gabi. Quando eu era mais novo, eu gostava de esculpir em lápis, e fazer bonequinhos com resina epoxi, mas nunca tinha feito crochê. Ela me ensinou a fazer uma correntinha e pontos baixos, e foi um pouco decepcionante porque eu não enxergava como aquele quadradinho de pontos baixos podia virar um boneco do Super Mário, dai eu corri pra internet e dei jeito de fazer meus amigurumis.
Comecei a fazer uma bolinha com a Bia Moraes e no meio do caminho eu vi um chocalho de girafa no site da Dani Dalledone. Fiz uma mistura na minha cabeça e fiz um chocalho de porco com a bolinha que eu estava fazendo. Depois eu aprimorei o chocalho e fiz mais três, um porquinho rosa, um com um chapéu do Chaves e um inspirado no Chapolin. E dias depois, a Gabi tinha uma feira com a Casa da Coruja e eu coloquei meus chocalhos na mesa dela (bem metido).
E eles venderam! Mais que isso, eles venderam e um bebe estava passeando pela feira com aquele chocalho mordendo e brincando feliz. Eu vendi um pouquinho de felicidade pra um bebê. Daquele dia em diante, fazer crochê pra mim deixou de ser um passatempo e se tornou um estilo de vida e ali nasceu o CasalCroche Quando um cliente posta uma foto feliz com um artigo que eu fiz, eu fico feliz. Eu adoro quando uma pessoa que eu nem conheço ainda, chega em nós e pede algo inusitado, como um morcego albino, uma lacraia ou uma jiboia engolindo um elefante.
Crochê como um negócio
É sabido que eu e a Gabi somos servidores públicos, e isso talvez passe a ideia de que a empresa Casal Crochê corre em segundo plano, no entanto isso é um engano. É consenso entre o casal que precisamos de mais tempo com as meninas e o plano é que o negócio de crochê criativo se torne a minha renda principal para que eu passe a ficar em casa com as meninas no turno inverso da escola (sim a Mônica só tem mais um ano de turno integral, na escola pública).
Para isso acontecer, nós dedicamos uma parcela considerável do nosso tempo “livre” para a empresa, seja tecendo peças, buscando inspiração, editando videos/fotos ou produzindo material para o blog/lives/canal. Fazer crochê, pra nós é um negócio sério!
Haaa, mas daí fica menos prazeroso porque vira uma obrigação. Absolutamente não.
Como eu disse antes, cada vez que eu entrego uma encomenda e o cliente fica satisfeito, cada vez que eu consigo superar a expectativa de uma pessoa, arrancando um sorriso bobo olhando pra algo que eu fiz, acontece alguma coisa aqui dentro que eu não sei explicar. É uma sensação de dever cumprido, misturada com um aumento na auto estima. Funciona melhor que qualquer anti depressivo. E esse é um sentimento compartilhado no Casal Crochê. Cada “Uau!” de um cliente, nos motiva a horas de dedicação pra próxima peça, e assim nós ganhamos mais desses “Uaus!”
Mas aqui estou eu, Diego Perotto falando de mim, quando na verdade eu queria era perguntar pra vocês? Porque vocês fazem crochê?